Processo de desapropriação do Bairro Universitário já está em andamento
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A ocupação ainda não tem nenhuma infraestrutura
A suspensão permanecerá em vigor para que o tramite do processo referente à desapropriação se conclua, fato esse que não tem data prevista para ocorrer. “O Governo editou o decreto desapropriação, mas ainda é necessário seguir as etapas legais para que se concretize todo o processo”, declarou a defensora pública Luiziana Teles, coordenadora do Núcleo Especializado em Ações Coletivas (Neac).
O defensor público-geral do Estado, Marcus Edson de Lima, declarou que é importante mencionar o auxílio dos parlamentares estaduais, que disponibilizaram emendas com valores para custear o pagamento da indenização, bem como a atuação do Governo do Estado em decretar a desapropriação.

O presidente da associação do bairro(centro) fala das dificuldades enfrentadas pelos ocupantes
A Defensoria Pública vem atuando em favor dos ocupantes desde janeiro deste ano. A reintegração estava prevista para ocorrer na terça-feira,15/09. Na segunda-feira, 14, no início da noite a Justiça divulgou a decisão. Na semana anterior, os ocupantes realizaram dois protestos, no primeiro fecharam a avenida Mamoré, que dá acesso ao Universitário, e no segundo dia fecharam a BR 364.
Sonho realizado
“Graças a Deus o juiz suspendeu, pois estávamos apreensivos com o que poderia acontecer, uma vez que tínhamos decidido não sair de forma alguma”, declarou o morador Claudio de Sousa. Ele relatou que construiu à sua casa à base de muito sacrifício, assim como os demais moradores. “Para onde eu iria levar minha mulher e meu filho?”, indagou.

A defensora pública Luiziana Teles explica aos moradores o trâmite processual
As primeiras famílias ocuparam o bairro há 11 anos, mas a maioria está há 10 anos. As ruas, em sua maioria, ainda precisam ser abertas. Algumas delas foram os próprios ocupantes que “abriram” e encascalharam.
A energia é proveniente de rabichos e vive apresentando problemas. “Já foi feita a topografia e entregue a Eletrobras, agora vamos esperar o que eles decidem”, afirmou o presidente da associação do bairro, Vicente da Silva Filho.
Água da Caerd inexiste e os ocupantes, a exemplo da maioria dos portovelhenses, dependem de poço artesiano. “Fizemos um poço para atender as famílias, mas no momento estamos sem a bomba para puxar a água, no entanto já estamos providenciando”, explicou o presidente.
Em virtude das casas serem improvisadas, cobertas com telha de fibra o calor se torna sobre-humano, tudo isso associado à poeira. Como não existe escolas, as crianças precisam se deslocar até os bairros vizinhos para estudar.

O morador Claudio de Sousa pegou empréstimo para construir a sua casa