Defensoria Pública promove Seminário sobre Transfobia, Raça e Gênero
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Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade das pessoas Trans e Travestis, dia 29 de janeiro, a Defensoria Pública do Estado de Rondônia, por meio do Centro de Estudos, do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos e da Coletividade (Nudhc) e do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), realizou na última quinta-feira, 26, um seminário para discutir sobre Transfobia, Raça e Gênero, com diversas convidadas e convidados das mais variadas áreas. O evento aconteceu no auditório da Defensoria Pública e foi transmitido online, por meio do canal do youtube da instituição.
Este foi o primeiro evento da instituição a contar com a equipe própria de tradução em libras, formada pelas estagiárias Denise Lopes e Millena Vitória, que realizaram a tradução simultânea durante todo o evento, promovendo a acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva.
O evento foi iniciado com a apresentação da artista Renata Evans, membra cultural da Comunidade Cidadã Livre (Comcil), que apresentou uma performance da música La Vie em Rose a todas e a todos presentes. “Gostaria de saudar a todas e todos aqui presentes e expressar a importância de eventos como este para a visibilidade trans”, ressaltou a artista.



A mesa de abertura do evento foi composta pelo Corregedor-Geral, Marcus Edson de Lima; pelo Corregedor-Auxiliar, Victor Hugo de Sousa Lima; pelo Coordenador do Núcleo em Defesa dos Direitos Humanos e da Coletividade (Nudhc), Eduardo Guimarães Borges; pela Juíza da 1ª Vara Genérica de Colorado do Oeste, Miria de Nascimento Sousa; e pela Travesti, Coordenadora do Grupo COMCIL, Coordenadora Norte da Rede Trans Brasil, Coordenadora Norte da Rede Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e Convivendo com Hiv/Aids, Karen de Oliveira.
O Corregedor-Geral, Marcus Edson de Lima, realizou a abertura do evento. “É uma honra para mim participar desse evento e ver o desenvolvimento institucional da Defensoria Pública em forma de inclusão. Esses eventos que acontecem hoje sobre temas como a questão trans, de raça e de gênero, vem proliferando cada dia mais na Defensoria Pública de Rondônia, no sentido de divulgarmos e discutirmos as pautas e as trazermos para a sociedade rondoniense”, ressaltou.



A ativista Karen de Oliveira que participou da mesa de autoridades permaneceu à mesa para participar também com palestrante. “Bom dia a todas, todos e todes! É uma honra estar nessa mesa mais uma vez. Em alusão ao mês de janeiro, que é o mês da visibilidade trans de mulheres travestis, transexuais e homens trans, o grupo Comcil agradece a Defensoria Pública, justamente por esse apoio. A Defensoria Pública se tornou uma grande parceira nossa desde a primeira retificação de nomes que nós fizemos com apoio da instituição, e o maravilhoso dessa retificação é que não demorou nem um ano para que as meninas e os meninos trans fossem retificados e estivessem com seus documentos em mão. A gente percebe o quanto é importante quando as instituições começam a nos chamar para dentro delas e trazer essas políticas para serem implementadas”.
Palestras
Após o desfazimento da mesa de abertura, foi formada a mesa de palestrantes e mediador composta por: Josy Maria Alves de Souza, doutoranda em Língua Portuguesa-FCLAR (UNESP) e mestra em Letras (UNIR); Émerson Maranhão, jornalista, escritor, roteirista, comunicador e diretor de cinema; Karen de Oliveira, cujo curriculo foi descrito anteriormente; e por Gilberto Campelo Leite, Defensor Público do Estado de Rondônia e mediador do evento.



“É uma satisfação imensa poder participar desse evento e mediar a mesa com a Karen, com o Émerson e a Josy. Agradeço o convite feito pela Diretora do Centro de Estudos, Sivia Raskovich, e pela Coordenadora do Nudem, Débora Machado Aragão. E antes de passar a palavra aos participantes, queria fazer uma fala rápida e breve. Quero dedicar o evento de hoje a três mulheres travestis rondonienses que foram mortas pela violência e pela transfobia. Em 30 de janeiro de 2020, uma travesti de 25 anos foi morta a facadas no peito em Rolim de Moura: Wedylla Brenner Darack, dedicamos esse evento a essa travesti que foi morta pela transfobia. Dedico também esse evento à Karliane Vitória, de 21 anos, mulher trans rondoniense, que vivia em Brasília e também foi assassinada pela transfobia e pelo machismo. E dedico também esse evento à nossa Gisele Bündchen, a “Maravilhosa”, que ano passado faleceu de Covid, aqui em Rondônia. Ela ficou famosa, nacionalmente, ao usar a avenida Jorge Teixeira (Porto Velho) como passarela, ao vivo, para o Brasil inteiro em uma matéria jornalística do sbt, existindo uma história por trás do meme. Ela faleceu por descaso do último governo, aguardando atendimento médico. E eu dedico esse evento a essas três mulheres que foram mortas pela transfobia, pelo machismo, pelo descaso e pela ausência de políticas públicas direcionadas a essa população”, ressaltou o mediador.
Logo após a fala do mediador, as palestrantes fizeram suas exposições. O jornalista e diretor de cinema, Émerson Maranhão, também transmitiu a todas, todos e todes o documentário “Aqueles Dois” de sua autoria e aproveitou para divulgar o documentário “Transversais”, também de sua autoria, e que está disponível na plataforma de Streaming “Netflix”.
Ao final, foi aberto o espaço para perguntas e debates, sendo em seguida finalizado o evento. O evento ficou gravado e está disponível no Canal do YouTube da Defensoria Pública do Estado de Rondônia.